quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Acima de 140!!! - Lembranças...2

O Impala que era BelAir, o Varrido e a Rural!




Lembro da introdução do filme "Mad Max 2" em que o capitão Gyro narra suas lembranças, no mesmo momento que sua vida está acabando.

Algumas lembranças são estranhas, porque ficam distantes de tal maneira, parecendo que aconteceram séculos atrás.


Sobre esta, já foram aproximadamente 37 anos....


Parecia que ele tinha o pé mais pesado na época do que tenho hoje, e sem dúvida, arriscava bastante.

O Marquinho, mais conhecido como Varrido para eu e meu primo, o Zão, descia a rua da Vovó Jaci com sua BelAir branca, que eu pensava ser um Impala, de "pé embaixo". Lembro que tinha as rodas sem calotas, pintadas de branco, assim como o carro...

Era o terror da vizinhança, e a nossa alegria.....

Lembro bem de algumas passagens, em que eu e o Zão ficavamos sentados no muro de casa, à partir de certo horário, esperando ele passar!

E ele passava e freava bruscamente! Bem na nossa frente!! Era legal demais!!!

Ele devia ficar "encucado" com aqueles dois meninos gritando: "ÔÔÔ Varrido"......

Não tenho a noção do tempo correta, mas um tempo após "varrer" a rua com a sua BelAir, ele passou a usar uma Rural....

Uma Rural Bicolor, Verde e Branca, também sem calotas, mas com as rodas na cor natural (hoje sei que a cor natural tem nome: Opalescente).




Neste tempo, eu e o Zão, também "varriamos" a rua.....


Hora com tábuas ensaboadas.....

Hora eu com meu Kart Bandeirante, sem freio e com o volante solto, e o Zão com seu Jipe Bombeiro, sem freio e sem volante.......

Hora finalmente, o Zão com seu "carrinho de rolimã" e eu com meu "carrinho de roda-de-pau".



Neste ano e mês, encontro novamente com o "Varrido", e o Zão apresenta quem ele foi....

Conversamos, e ele diz que foi um Pai que o chamou à "razão", falando que tinha medo que seu filho fosse atropelado, pelo que ele fazia com o carro, e da maneira que fazia. E este, era um enorme risco que existia.....

Hoje o Marquinho, o vulgo "Varrido" de tempos atrás, é Pai, e não varre mais.......

Hoje é somente o Marquinho......

Um cara Gente Fina, muito bom camarada......




Desta longínqua época, assim como o Capitão Gyro, lembro como algo bem distante......

Mas algo bem divertido, uma gostosa brincadeira de criança.....

Que minha Vó e outros chamavam de "Louco Varrido".....




Hoje, somente eu continuo a "varrer". Mas sempre com muito prazer e segurança (mesmo!)!





E com toda dose de saudosismo a que tenho direito, digo: Bons tempos aqueles! Tempos de divertidas brincadeiras! Tempos que não voltam mais.......

domingo, 20 de junho de 2010

Carro Mamute

Trouxa!!!


Para variar, era uma sexta-feira; à noite; em 1900eguaranácomrolha; mas pelo menos não chovia, apesar de muito nublado.

Eu e Paul Fait voltávamos do cinema.

Sempre foi e continua sendo a minha diversão preferida.

Fomos assistir a um filme de arte no cine Royal. Eu e ele sempre apreciamos as películas com profundidade de conteúdo e idéias transcendentais.

O filme era "As taras de todos nós", com Matilde Mastrangi e grande elenco (o filme tinha 5 atrizes e 4 atores, 9 no total.....). Além deste "Cult", assistimos no saudoso cinema, solo sagrado de mega-produções, diversos grandes sucessos, dentre eles: "Como faturar a mulher do próximo" e o "Castelo das taras".

Como já passava das 10 da noite, seguimos para o ponto da rua Tamóios, o mais próximo, aguardando o famigerado nº 15.

Aquele era um lugar especial. Sempre acontecia alguma coisa lá... Um misto de magia e maldição.

Ficamos "mofando" por uns 50-90 minutos. Mas como era o "normal", ficamos batendo papo enquanto esperávamos......

De repente, virando vindo da Av. Amazonas "aponta" o busú!!!

As pessoas ficam alertas, preparadas para a batalha!!! Loucos para entrar primeiro, passar e assentar!!!

Não há muita gente. Somente a média normal, uns 12-18 gatos pingados (parece muita gente, mas é que o "busú" demora demais!).....

Fugindo do tumulto, sempre entramos por último, deixando os "apressadinhos" entrarem logo, pois sempre gostamos de assentar no banco de trás (nesta longínqua época, o acesso era pela porta de trás). Mesmo porque, na frente normalmente ficava cheio, e teriamos que ficar em pé.

Como disse antes, sempre acontecia algo, e no banco de trás que sempre tinha lugar para assentar, poderíamos observar melhor, e sempre tem um retardatário que não quer perder o transporte...

Após assentarmos, ficávamos observando se aconteceria alguma coisa.


Neste dia foi incrível!!!


Mal o último passageiro entrou, o motorista arrancou com o carro mamute!


Voilá!


No horizonte sombrio da rua Rio de Janeiro, vemos uma senhora, de aproximadamente 1,50m de altura e uns 90 "quilinhos" de pura travessura que vem correndo como uma bala!!! E uma bala carregada, levando uma trouxa de roupas enorme, praticamente do tamanho dela!!!

Ela acena para o motorista!

O motorista vê!

Ele reduz a velocidade.........mas não para!

E a "balinha" tenta subir no embalo da velocidade em que veio, os degraus do busú!!!


Sobe o primeiro!

Sobe o segundo!

E.................tropeça no terceiro.


A cena é dantesca!!!


A "balinha" Sai voando agarrada na sua preciosa trouxa....

E como sempre (sempre tem alguma vítima próxima....), tem um "cara" assentado no banco de frente para a porta.....

Já havia visto muita coisa. Mas uma pessoa ser "entrouxada" foi a primeira vez!!!

A "balinha" entrou com trouxa e tudo em cima da vítima, que não teve tempo sequer de dizer um.............uh!.

O motorista acelera o carro mamute com tudo, e tanto a vítima quanto a "balinha" recompõe-se do "acidente".

Ela desculpa-se. A vítima, aceita o pedido com cara quem não sabe direito o que houve.....

Eu e Paul, sempre assentamos nos extremos do banco traseiro, para poder observar melhor......

Discretamente olho para ele................e vejo lágrimas nos seus olhos...................................seria tristeza?


Não mesmo!

Segurava a boca com a mão, e chorava de rir!!!!

Sempre fui mais controlado nesta hora, mas também fiquei segurando a boca para não gargalhar! A cena foi surreal!!! Muito louca mesmo!!!

E o melhor é que entre mortos e feridos, todos foram salvos!

Sem dúvida, alguma coisa sempre acontecia naquele local especial......


O "entrouxado" que o diga......