terça-feira, 28 de março de 2017

Acima de 140!!! - O desafio e a virada...

Idas e Vindas a Ouro Preto...




Lembro que era uma sexta feira, bem cedo.....

Sigo com a bala-de-canhão 2000 para Ouro Preto. Vou para a agência substituir um servidor de comunicação que apresentava falhas.

Nesta época, no seco, a bala estava ótima para dirigir, porque estava com aderência total devido aos pneus "slick" que utilizava....

Você se pergunta: É permitido utilizar pneus slick em carros de passeio?

Eu respondo: Não, os meus é que com o tempo de uso "transformaram-se" em slick.

A bala estava ótima para dirigir como disse, mas no seco.....

Sigo com cuidado, justamente por causa do "sapato" inadequado.....

Com cuidado quer dizer, em velocidade "moderada"......na medida do possível......

Logo no início da viagem, o piso estava seco, mas o tempo nublado.....

Como era comum no mês de março, a qualquer momento poderia chover......

E algum (pouco) tempo depois começa a chover.....

Continuo seguindo com a bala-de-canhão 2000 "firme", pois o piso (ainda) permitia.....

Eis que a chuva aperta............diminuo................mas penso................vou fazer um teste......

Como o piso estava bastante molhado, resolvo testar a aderência na chuva dos meus pneus "slick", para saber até quando "dá"........

Acelero a bala-de-canhão 2000.......

60 km........tudo bem.......
70 km........tudo bem.......
80 km........tudo bem.......
90 km.......tudo bem........
100 km.......ainda tudo bem........e........

110 km......nada bem!!!


Acima de 100 km/h, a bala-de-canhão 2000 começa a "dançar" como uma bailarina gorda.....

Testado o limite, vou para a segurança de 70 - 80 km/h......

E mesmo a estrada para lá, não sendo muito agradável de rodar, tem paisagens muito bonitas, e que o "ritmo" permite apreciar durante o percurso......

Enquanto seguia e apreciava a paisagem, vejo no retrovisor um veículo aproximando.....

Logo que foi chegando perto, percebo que é um Ford Escort conversível na cor vinho.....

Demonstrando pouca paciência e desconhecimento da estrada, ultrapassa direto e segue acelerando forte, ainda que consiga ver que os ocupantes são dois "caras" de terno, executivos com expressão séria....

Penso alto: se estes "caras" continuarem desse jeito, vão se dar mal......

Sigo no meu ritmo de "música lenta" e continuo a apreciar a paisagem......

Eis que, não passou nem 20 minutos que o Escort havia ultrapassado, e vejo uma cena familiar logo a frente.....

O Ford Escort virado de cabeça para baixo!!!

Reduzo a velocidade, caso seja necessário alguma ajuda.....

Logo vejo os dois executivos, com os telefones na mão falando. Como observei que ambos estavam bem, segui o caminho, mas não sem reparar como estavam pálidos e com seus ternos "escangalhados"........ Parecia que os ternos tinham entrado na máquina de lavar jundo com os proprietários, ficando com gravatas tortas, camisas para fora, cintos soltos, sem um pé de sapato.......

Final feliz para aqueles que por desconhecimento ou desrespeito, achavam que desafiariam o conjunto "piso/chuva" sem consequências......


E continuei seguindo com a bala-de-canhão 2000, em "música lenta", apreciando a paisagem até o destino final....



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Poesias por aí....

   Pesquisando sobre algumas poesias "por aí" encontrei esta que descrevo abaixo.

   O autor é W. B. Yeats (Willian Butler Yeats), irlandês.

   Descrevo a poesia em lingua original (inglês) e depois a minha tradução livre.



An Irish Airman Foresees His Death



I know that I shall meet my fate
Somewhere among the clouds above;
Those that I fight I do not hate,
Those that I guard I do not love;

My country is Kiltartan Cross,
My countrymen Kiltartan's poor,
No likely end could bring them loss
Or leave them happier than before.

Nor law, nor duty bade me fight,
No public man, nor cheering crowds,
A lonely impulse of delight
Drove to this tumult in the clouds;

I balanced all, brought all to mind,
The years to come seemed waste of breath,
A waste of breath the years behind
In balance with this life, this death.






Um Piloto Irlandês Prevê Sua Morte




Sei que encontrarei meu destino
Em algum lugar acima das nuvens;
Aqueles que combato, não odeio,
Aqueles que defendo, não amo,

Kiltartan Cross é o meu país,
Meus compatriotas, aqueles pobres coitados em Kiltartan,
Nenhum fim provável poderia entristece-los
Ou deixa-los mais felizes que antes.

Nenhuma lei, nenhum dever ordena-me a batalha,
Nem políticos, nem multidões inflamadas,
Um impulso solitário de prazer
Guiou-me as estas nuvens tempestuosas;

Em minha mente, Pesei tudo,
Os anos vindouros parecem um desperdício,
Um desperdício os anos passados
Em equilíbrio com esta vida, esta morte.


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ser estranho...

Que ser estranho é este???


que diz que muro é gente...
que diz que carro é gente...
que diz que planta é gente...
que diz que bicho é gente...


que ser estranho é este?

que ama muro!
que ama carro!
que ama planta!
que ama bicho!


que ser estranho é este?

que devia amar gente...
que odeia gente...
que tem mágoa de gente...
que desconfia de gente...


que ser estranho e este?

que é duro como o muro...
que anda apressado como o carro...
que é indiferente como a planta...
que olha "torto" como o bicho...


que ser estranho e este?

que acha que é forte como o muro...
que acha que é rápido como o carro...
que acha que tem a firmeza da planta...
que acha que tem a percepção do bicho...


pobre ser estranho...

que é fraco como o muro quebrado...
que é lento como o carro estragado...
que é flácido como a planta torcida...
que é desorientado como o bicho moribundo...



Humildade, ser estranho, humildade...


que acha que está pronto...
que acha que é forte...


mas na realidade, nem pronto, nem forte...



apenas um ser...ou não ser!



sem mais questões!



...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sobre muitos...

Crom,


já orei para você antes...

há muitos milênios atrás...

hoje, estou orando novamente para aqueles que sobem sua montanha...

eles são muitos...

sobem corajosamente, mesmo não sabendo o enigma do aço...

faço esta sincera oração, clamando sua benevolência para todos...

com alguns fui bom, com outros não...

para os que não fui bom, rogo seu perdão para estes pecados...

mas todos, mesmo não sabendo o enigma, são dignos, muito dignos, de habitar sua montanha...

pela lealdade, dedicação e devoção sem exigir nada em troca...



e, parafraseando livremente ConãDêBarbariã,



Eles são muitos Crom, e são dignos!

Se não quiser ouvir minha prece, que se exploda, se foda e morra!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Carro Mamute

Mr. BottleBottomGlasses e a reza...


   Era um dia qualquer da semana que não me lembro qual....

   Saio da peleja andando rápido, na vã esperança de chegar cedo em casa....

   Chegando logo ao ponto, vejo aproximando o busão que vai me levar em casa e faço o sinal de parada!

   Neste dia, pelo horário, havia somente umas 5 pessoas no ponto (contando comigo).

   O ônibus pára e rapidamente entramos, parecendo que não só eu estava com pressa!

   Olho rapidamente para o motorista, e depois para a trocadora (em Belzonte o nome do cobrador é esse....).

   Logo que entramos, o motorista, que apelidei de Mr. BottleBottomGlasses, "ferveu no caneco"!!!!

  O busão, marca Volvo, é do tipo padrão em se tratando de transporte coletivo: Sujo, mau-cuidado e barulhento....muuuuuito barulhento! Tudo bate e range no veículo, parecendo que está dentro de uma mistura de olodum acelerado com heavy metal!

   Seguimos "fervendo" pela Av. Afonso Pena e em seguida pela R. Espírito Santo. Lá ele diminui e pára no último ponto antes de pegar a Av. dos Andradas. O sinal (em Belzonte o nome do semáforo é esse....) está fechado e ele aguarda a entrada de mais uns 7 passageiros. Dentre eles, está uma senhora, com aquele visual tipo "beata fashion". Ela toma assento na fileira ao lado e faz o sinal da cruz.....

   O sinal abre!!!

   Novamente o motorista "ferve no caneco" com busão!!!

   Seguimos pela R. Espírito Santo e viramos na Av. dos Andradas. Entramos no elevado para pegar a pista de ônibus da Av. Cristiano Machado. Ele pisa bem e noto que a senhora segura firme no "putamerda" do banco da frente com a mão esquerda e com a direita segura uma bíblia e um terço.

   Naquele dia em particular, estava adorando o desempenho do veículo, mas os outros passageiros mostram feições um tanto "alarmadas"....

   Mr. BottleBottomGlasses acelera mais logo que entra na pista para ônibus contornando o "S" de entrada do túnel! Olho para a senhora com a bíblia ao lado e vejo que ela está de olhos fechados, rezando "ferozmente" atracada ao putamerda!!

   Dentro do túnel, continua com o pé-em-baixo sem dó, e a senhora aumenta a "ferocidade" da reza, agora com os olhos arregalados....

    Saimos do túnel e seguimos direto, diminuindo ligeiramente nos quebra-molas (em Belzonte o nome de lombada é esse....), mas aproveitando o sinal aberto, continua "fervendo".

   Iniciamos a subida após a R. Jacuí bem embalados, e aí e que a reza "ferve"!!!!

   No fim da subida (que é leve...) começa uma descida (também leve....) longa, beeem longa.....

   A senhora, durante a descida, fica "atracadassa" no putamerda, põe a biblia na testa e morde o terço em conjunto com a reza mais alta, que mesmo com toda a barulhada produzida pelo busão, consigo ouvir.....

   Passando pela entrada da Av. José Cândido, para a alegria da senhora, sinalizo que vou descer no próximo ponto, o que vai obrigar o Mr. BottleBottomGlasses a diminuir e parar....

  Perto da Feira, o busão para, desço e Mr. BottleBottomGlasses arranca fervendo!!!!

   Não consigo ver a senhora, mas pelo percurso longo da avenida, se o coração não falhar, vai dar tempo de rezar o terço todo.....e talvez mais uma Ave-Maria.......

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lembro bem...


Lembro do rio...

   com volume d'agua de um lado...
   com filete d'agua do outro...
   com a transparência cristalina d'agua...
   com folha, pedra, sedimento no fundo...


Lembro da ponte...

   do concreto da ponte...
   do piso de pedra da ponte...
   das plantas que encobriam a ponte...
   da data da ponte...1926!


Lembro da estrada...

   que estava alfaltada...
   que não era bem demarcada...
   que era pouco movimentada...
   com flores bem na beirada...


Lembro que cortava a serra...

   serra entrecotada....
   com formas variadas...
   com beleza suave que encantava...
   com a paz e o silêncio contemplava...


Lembro do frio...

   não muito frio...
   da chuva fina que caía...
   da neblina que tudo encobria...
   e da sombrinha quebrada que nada cobria...


Lembro de você...

   do frio que sentia...
   do vento que em seu cabelo mexia...
   do sorriso cheio de alegria...
   que de alegria tudo preenchia...
   do alecrim selvagem que colhia...
   da pose de improviso na fotografia...




Lembro da lembrança...agradável lembrança...saborosa lembrança....iluminada lembrança

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Entra e sai...

Entra ano e sai ano, e lembro dos antigos susseranos...

Entra ano e sai ano, e penso no extinto império prussiano...

Entra ano e sai ano, e pareço mais um monge tibetano...

Entra ano e sai ano, e ainda não conheci o Altiplano...

Entra ano e sai ano, e não voei de aeroplano...

Entra ano e sai ano, e também nunca voei de hidroplano...

Entra ano e sai ano, e não conheci a filha do Mariano...

Entra ano? Sai ano? Mesmo que pegasse a filha do Mariano, libertasse os susseranos, voando de hidroplano, com o apoio dos monges tibetanos, aterrizasse no Altiplano, voando de aeroplano, seria tarde para salvar o império prussiano!


Entra ano e sai ano, entra ano e sai ano, entra ano e sai ano, e continuo lembrando dos susseranos, que afinal, nunca fizeram parte do império prussiano...